A edição #5 da Revista Plano B traz o texto “Netnografia: o estudo da influência do consumidor 2.0”, escrito pelo CEO da Equilibra Digital, Pedro Cordier.
Leia o texto na íntegra:
Netnografia: o estudo da influência do consumidor 2.0
Por @PedroCordier
*Formado em Marketing, Pós-Graduado em Jornalismo Digital e Especialista em Comunicação, Criatividade e Conectividade, Pedro Cordier ministra cursos, palestras e leciona em cursos de graduação e de MBA em Mídias Digitais.
CEO da StartUp Equilibra Digital, Cordier foi eleito, nos últimos 02 anos, “o melhor perfil de Profissional de Comunicação no Twitter”, pelo site Midiatismo e considerado um dos 100 “Top Marketing Professors on Twitter” pela Social Media Marketing Magazine.
Com o crescimento e a evolução do mercado digital, as empresas estão começando a perceber que a internet não é um modismo passageiro. Muito pelo contrário! Faz-se necessário aprofundar o conhecimento sobre essa revolução nos hábitos, gostos, culturas e, até mesmo, das crenças do novo consumidor.
Enquanto algumas empresas ainda parecem estar paralisadas diante de tamanhas mudanças, outras já estão buscando monitorar e, principalmente, entender o que está se falando a respeito da sua marca, seus produtos e serviços, além, é claro, do que está sendo dito sobre a concorrência.
A evolução natural de todo esse processo (que iniciou por volta de 1970, para fins militares e começou a alcançar a população em geral em 1990, quando Tim Bernes-Lee desenvolveu a World Wide Web, possibilitando a utilização de uma interface gráfica e a criação de sites mais dinâmicos e visualmente interessantes) trouxe novas possibilidades de análise e, junto com elas, surgiu a Netnografia, que, segundo a Wikipedia, “é o ramo da Etnografia que analisa o comportamento de indivíduos na Internet”.
Através do método netnográfico, as conversas nas redes sociais online são analisadas para que o sentimento e o comportamento de um determinado público, em relação a um assunto específico (marca, serviço, produto, tema), seja construído, gerando uma fonte de inteligência para as empresas.
A comunicação, criatividade e conectividade que pulsam nos ambientes digitais online, evidenciam as possibilidades de colaboração e aprendizado coletivo. Por isso, esses ambientes são bastante propícios para encontrar pessoas reunidas em prol de interesses comuns. O Orkut, por exemplo, ainda sobrevive graças às milhares de comunidades que ainda concentram atividades intensas sobre marcas, eventos, artistas e comunidades de interesses comuns.
Além das redes sociais online mais “tradicionais”, como Orkut e Facebook, começam a surgir diversas outras redes como o Instagram (fotografia) e o Pinterest (imagens), que agregam interesses de pessoas sobre os mais diversos assuntos, tendo como ponto em comum, o estímulo visual.
Outro hábito bastante inerente ao estudo netnográfico é a motivação que as pessoas têm em discutir sobre marcas e produtos e a compartilhar suas percepções (interesses, dúvidas, sugestões, preferências e insatisfações) sobre eles. O grau de conhecimento dessas pessoas e o conteúdo proveniente desse compartilhamento de ideias é tamanho, que chega ao ponto de superar o próprio conhecimento dos desenvolvedores dos produtos.
A utilização da Netnografia
Se uma empresa deseja realizar um estudo netnográfico, deve definir o tema para a investigação e o objetivo para a pesquisa.
Uma empresa que deseje lançar um novo aplicativo na área de música, por exemplo, pode definir como tema de investigação, a utilização desse tipo de aplicativo pelas pessoas e buscar comentários, opiniões e depoimentos sobre o assunto em fóruns, blogs especializados e em menções nas redes sociais online.
Uma empresa de decoração que tenha como objetivo entender os momentos críticos (desde a reforma dos espaços, até a compra dos móveis e objetos decorativos) para poder identificar oportunidades de atuação, pode fazer uso do monitoramento de BLOGs ligados ao tema, pois, o registro das etapas da decoração do imóvel em forma de depoimentos, fotos e vídeos, tornam-se ricas fontes de informação para a pesquisa com base netnográfica.
A netnografia tem um grande potencial para fornecer informações interessantes que podem culminar em insights para a estratégia de comunicação e atuação de uma marca no ambiente digital e, até mesmo, no mundo dos átomos.
Se a sua empresa ainda não percebeu o potencial colaborativo e o poder de compartilhamento do consumidor 2.0, é bom encomendar uma boa pesquisa netnográfica e começar a prestar atenção nesse “pequeno detalhe” que está fazendo toda a diferença no resultado de empresas dos mais diversos tamanhos e áreas de atuação.
#FicaDica